terça-feira, 20 de novembro de 2012

Through the sorrow all through our splendour


2 aniversários.

A nossa percepção de tempo é tão errada. O tempo parece correr da gente. Parece nos iludir com sua duração. Dias parecem não acabar, e anos parecem ter acabado de começar quando terminam. Mais rápido, soterrando emoções, soterrando o passado, as juras, as dúvidas, as conquistas e as derrotas. Talvez por isso contemos histórias, talvez por isso dividamos nossas experiências, para desenterrar estes momentos, nos reencontrar.

A cada dia que passa, o último encontro fica mais longe e a dor parece ficar um pouco mais para trás, um pouco menos presente, um pouco mais abafada. E a lição que foi ensinada, a urgência da vida também vai sendo esquecida. Pra voltar mais tímida em outra data de lembranças, para perder sua urgência, sua força, a cada novo ciclo. Mas não deveria ser assim. Não pode ser assim.

Todos os momentos ocorridos, tudo que fomos, somos e seremos estará sempre gravado dentro de cada um de nós mesmos. Só basta buscar e permitir que nossa maquina perfeita possa realizar o que foi construída para fazer. Cada sorriso, cada gargalhada, cada choro, cada dor e cada felicidade, cada único momento congelado dentro de nós mesmos. Basta buscar e estamos lá de novo, uma viagem no tempo.

Quando colocamos em perspectiva o duro momento da perda, todas as outras dificuldades parecem tão menores, tão passageiras. As dúvidas, as vontades erradas, as buscas fadadas ao insucesso (apenas por serem), as dores, as pedras no caminho, tudo transponível, tudo menor. Essa urgência que a perda trás, essa percepção, que nos é soterrada por todos os dias, dia após dia... Essa percepção do nosso tamanho perante as coisas a a certeza, naquele momento de que nada é impossível, essas são as coisas que precisam sempre ficar próximas. A perda precisa nos ensinar algo que perdure tanto quanto ela mesma. A perda precisa nos fazer melhores. Agora vivemos por mais de um. Agora temos de ser por mais de um.

A vida sempre nos reserva grandes mistérios que apenas quando a mesma se encerra poderão ser desvendados. Espero que eles tenham se aberto perante você e que seja tudo que você imaginava e mais... sempre mais. Este é o segundo aniversário que eu não falo com você e por mais próxima que eu te tenha, a dor vai sempre continuar, nunca vai passar, nunca vai ser igual. Já são dois aniversários, e há tanto que eu queria te mostrar, há tanto que você deveria conhecer. O amor vai sempre continuar.

O dia a dia vem, mas não vai mais levar o meu tamanho, a minha capacidade, a minha vontade de viver e ser sempre melhor.

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