sexta-feira, 31 de março de 2017

Writing Heals

(or the blue french horn)






*contem spoilers*



O Ted não deu trompa azul para a mãe dos filhos dele. Ele deu para quem seria no final o grande amor da vida dele, ele deu para Robin. A relação deles veio e foi em momentos diversos. Desde o começo da série você sabia que eles eram feitos um para o outro e as vezes não entendia porque eles não ficavam juntos. O que acontece é que a vida é também assim. As vezes ela é simples e pratica como foi para o Marshall encontrar a Lilly. De cara eles perceberam que um era o amor da vida do outro. E ainda assim, mesmo sabendo disso, eles passaram um longo ano separados. Esse ano derrubou o Marshall que passou meses e meses sem dar um sorriso se quer. Ele sabia o que havia perdido e também sabia que naquela hora ele não tinha muito o que fazer, tinha de esperar, dar o espaço e o tempo que a Lilly precisava para se encontrar.

Com o Ted a coisa foi sempre diferente. Ele sempre quis ter o grande amor da vida e acreditou que ele havia encontrado na Robin. E eles tentaram, e tentaram algumas vezes. Mas apesar do obvio amor, apesar da química ideal e da amizade e companheirismo, as coisas nunca pareciam se encaixar para eles. Períodos bons e rompimentos doloridos. E isso fez o Ted passar a acreditar que o grande amor da vida dele estava em outro lugar. Era outra pessoa.

Durante toda a série os dois mentiram para os amigos e principalmente para si mesmos dizendo que não gostavam mais um do outro, que podiam ser só amigos. Mentiram tão bem que eles mesmos acreditaram.Seguiram suas vidas, as vezes mais próximos como amigos, as vezes mais distantes com o passar do tempo. Casaram-se. E não se casaram com pessoas quaisquer, casaram onde valia a pena, no que fazia sentido. Pessoas incríveis e construíram histórias maravilhosas, mas o amor entre eles nunca morreu. Eles sabiam. Sempre souberam, só não conseguiam admitir. Criaram muros, isolaram esse sentimento, mas ele não morreu. Ele continuou ali, quentinho, esperando ser redescoberto, ser encarado de frente e compreendido.

Quantas vezes eles foram e voltaram até parecer desistir? Eu não me lembro mais, mas pareceu sempre que eles corriam um para o outro e se desencontravam. E as tentativas que eles tiveram foram todas importantes, mas no final um não estava tão pronto quanto o outro para aquilo naquele momento, ou um achava que estava mas não estava, ou faltava maturidade e os medos e inseguranças dominavam. As vezes se demora uma vida inteira para se estar no ponto que se sabe que precisava e queria estar desde o começo.

Mas seja você a Lilly, o Marshall, o Ted ou a Robin, o que fica é que o amor importa, o amor espera e resiste, não importa a quantidade de coisas que coisas que você coloque por cima dele, ele sempre vai estar lá. E sem perceber a sua vida vai te colocar na posição de olhar de frente para ele e entender que ele sempre vai estar ali e que tudo que você tem de fazer é se entregar.

Afinal, o Ted deu a trompa azul para a Robin, No primeiro episodio e no ultimo. Porque sempre esteve lá e sempre estará.