sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mastigado

Imagem não é nada.



Cada dia mais percebo que a internet mudou o jeito como aproveitamos cultura. Ler ou assistir algo até o fim está mais difícil. Para chamar atenção um vídeo depende de ou momentos cômicos ou uma trilha sonora fantástica. Se for uma aula, está perdido. Só com um edição digna de Guy Ritchie conseguiria ganhar o telespectador.

Artigos muito longos perdem suas chances de serem lidos apenas porque passam dos 3 parágrafos. Quem aguenta ler tanto? Quem tem este tempo? Então, ou a informação vem bem mastigada, ou as pessoas simplesmente não leem. Olham por cima, leem o título da matéria, a chamada e acham que com isso já entenderam o texto todo. Como sobreviver no mercado editorial assim? Só mesmo grandes lendas como padres, Paulo Coelho e livros de auto-ajuda conseguem a façanha. As revistas, jornais e afins estão morrendo, a informação vem mais mastigada na internet. Ninguém tem tempo, mas também, ninguém se esforça para conhecer, procurar, se instruir.

No novo mundo, para ser notado é preciso ter imagem, ter uma sacada, ser simples e rápido. As matérias e artigos vão mudar, a publicidade já está mudando. A mídia muda rápido porque segue as pessoas do seu tempo, onde ninguém tem tempo para nada, mas estão todos sempre conectados (pra isso há tempo). Termino o texto no terceiro parágrafo para garantir que você leu, mas fico na dúvida se não foi só porque tinha uma imagem bonita para chamar a tua atenção.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Engole esse choro




Para de chorar. Você não tem direito, você não pode errar. Para de chorar que ta todo mundo olhando, todo mundo te achando um fraco, um bosta, um qualquer, um perdedor. A gente já sabe que por trás dessa sua máscara de que tudo tá sempre bem, de que tudo vai dar certo, tem só um menininho que não sabe decidir nada.

Do que adianta sorrir sempre, procurar sempre o melhor, dar força para todos se a desgraça é o que faz o povo sorrir? Do que adianta se quando você precisa mesmo, de verdade,  você sente que piora quando é ajudado, que é pior aos olhos dos outros? Cai e se levanta sozinho, é o que a vida te reservou.

Para de chorar que isso nunca vai resolver nada. As pessoas só vivem suas próprias vidas e você se importa demais com os outros. Você, no final, importa pra alguém? Se você tem de perguntar, a resposta a gente já sabe.

Você escolheu todos os aspectos da sua vida, tomou as responsabilidades nas mãos e tocou o barco. Se for pra falar, cavou a própria cova, por que agora não deita nela? Engole esse choro e vai viver. Não me encha o saco mais.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um tic tac constante

Ticking away the moments that make up a dull day


Ontem a Laura me mandou este vídeo e hoje, enquanto eu passava de estação em estação no rádio, ouvi o toque de um relógio que eu automaticamente reconheci.



De novo me peguei pensando na passagem de tempo, da nossa percepção e de como os dias se acotovelam um sobre o outro. Os sonhos de ontem já não aparecem mais na nossa frente e vamos esquecendo o que queríamos fazer, trocando as infinitas possibilidades da vida por um lodo que teima em se impregnar, se grudar a você, que chamamos de realidade.

Quando, de repente, nos pegamos nos perguntando se era isso mesmo que queríamos fazer, já é tarde, já estamos com trabalho, dividas, pessoas dependendo da gente, o dia seguinte, o despertador tocando, a vida que nos leva, e não nós que levamos a vida. Engrenagens em um engenho, longe de ser nossos próprios senhores.

A diferença entre que deveria existir entre os que conseguem sonhar e os que precisavam viver fica turva e com o tempo, passa a fazer mal, com possíveis surtos em questão de tempos. Melhor pagar as contas ou melhor correr atrás do que se quer? Sobreviver ou buscar prazer?

Sempre achei que existia a opção do meio, sobreviver, funcionar no mundo normal, fazendo apenas o que se quer. Viver com propósito. A coisa é que a cada novo check point da vida, você tem de provar para si mesmo que é possível, que se pode ser mais, viver diferente. Estou no meio desta fase e to vendo o check point bem à frente. Ainda da tempo de tudo mudar antes... Mas chegando lá, será que salvo o jogo feliz, ou vou ter muito para mudar até o próximo check point?







segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sementes de Baobá

Meu post de Miss



A frase que acompanha a imagem do post deve ser das mais repetidas no último século. E é extremamente verdadeira, como tantas outras contidas no mesmo livro. A história é um clássico infantil, mas, carregado de simbolismos, tem camadas de compreensão, que chegam a todas as idades. "Tu se tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" aparece sempre em momentos que alguém precisa de você.

Nós nunca pensamos nesse frase num dia de sol, longe de problemas, preocupados com nada. Somos responsáveis pelo o que cativamos e só vem nos cobrar quando o que cativamos precisa de nós. A frase ganha um peso, uma pressão. A pessoa gosta da gente, ficou mal, culpa nossa, temos de remediar. Quase sempre ligado a alguém que gostou/gosta da gente Quase sempre ligado a você ter seguido em frente e a pessoa ainda estar apegada, ainda estar interessada, ainda achar certo o que para você já não poderia estar mais errado.

Mas nunca pensamos nessa frase pelo sorriso que colocamos no rosto de alguém. Pelo dia bom que alguém pode passar, pela boa ação que alguém faz tendo ouvido algo que você disse, ou seguido algo que você fez.  Isso foi tão cativado por você quanto todo o resto. O bem que você faz, apaga o mal que você fez? Apesar do peso do mal que fazemos, mesmo sem querer, acredito que as vezes é bom olhar o bem que fizemos, sorrir e saber que nem tudo está errado.

Devemos sempre nos preocupar em fazer o melhor pelas pessoas, ser sempre melhores, e tentar corrigir qualquer erro que tenhamos feito. Mas 10 erros podem ser apagados se você acertar uma vez só, bem acertado. As vezes saber que você fez alguém querido sorrir, ou ficar melhor, vale muito mais do que as dores que você possa ter causado. Arrancar uma a uma as mudas que nascerem das sementes de baobá.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Especial de Dia dos Namorados

"You should write about death"



Toda série de vinte e poucos episódios por ano acaba tendo seus especiais de alguma data. No geral elas passam pelo dia de ação de graças, pelo natal e ano novo e pelo dia dos namorados dos americanos. As séries colocam estas datas nos seus episódios para as pessoas poderem se relacionar com o que acontece nelas. Afinal, está acontecendo na série ao mesmo tempo que está acontecendo na sua vida. Séries que pensam mais nos seus episódios, tem uma história inteira para contar acabam tendo menos episódios, coisa de 10, 13 por temporada. Com tão poucos episódios, eles não podem perder tempo com amenidades e focam na história a ser contada. Esse blog está indo para o post de número 18 do ano. Já sabemos qual tipo de série ele será.

Estes dias recebi uma série de notícias e situações inesperadas, tudo, claro, ligado ao amor. É impossível apontar, ou mesmo descrever completamente o que é o amor, sempre que se tenta, algo é deixado de fora. Mas assim como a matéria negra, ele permeia a tudo, sendo como a cola das pessoas. Mas é fácil de ser confundido. As histórias destes dias me fizeram me perguntar sobre isso. É mais fácil dizer que é amor do que dizer que é medo de ficar sozinho? É mais fácil dizer que é amor do que assumir que é mais confortável do que está? Eu nem mesmo sei se temos mesmo de tentar mudar só porque algo é confortável, só porque algo te faz se sentir bem, ou tranquilo, mais do que excitar como o amor deveria funcionar. Afinal, quanto sei eu de como as pessoas devem viver suas vidas? Sou a favor apenas da sinceridade pessoal, de se saber o porque se faz o que se faz. E isso já é difícil o suficiente.

Sempre pensei que você pode ganhar na loteria, mas se você brigou com que se gosta e alguém vier te perguntar se está tudo bem, sua resposta será sempre "não", por outro lado, você pode estar falido, devendo até as calças, mas acabou de encontrar um novo amor, ou teve um noite daquelas, a sua resposta vai ser sempre que "sim". Já vi diversos casais criarem viverem de maneiras inesperadas e isso funcionar perfeitamente para eles. Uma amiga minha me disse uma vez que  as duas principais coisas para um casal funcionar é que ambos queiram as mesmas coisas e enxerguem o mundo de uma maneira parecida, porque mesmo o maior amor do mundo naufragaria sem estas duas coisas. Quanto mais eu vivo, mais vejo a inteligencia por trás desta frase dela.

Para quem acredita em propósito, em destino, o amor da sua vida chega exatamente na hora que deveria chegar. Você pode ter encontrado com ele diversas vezes antes, pode ter bebido junto, ido a festas, peças. Pode ter visto com diferentes pessoas e ter ligado a mínima para cada uma das vezes, e de repente, algo muda. A luz ilumina a pessoa de maneira diferente, e toda a beleza, todo o brilho, toda o universo maravilhoso que aquela pessoa possuía, tomam a sua visão e passa a ser tudo o que você consegue ver. A pessoa passa a ser sua amante, sua parceira, sua amiga, seu micro universo e você não sabe como pode ter perdido tanto brilho antes. Mas isso não vai importar, os dois vão rir destas muitas chances, destes muitos encontros e a vida vai ser boa.

Este post é para você, por isto e por isto.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Borrões


O bater da asa de borboleta pode não ser  a borboleta batendo asas literalmente. As coisas podem estar perfeitas e um só empurrãozinho em determinada peça, e tudo desmorona como se nunca tivesse sido erguido. No meio das ruínas, tudo que você enxerga são problemas. Cada novo bloco a ser erguido parece digno de um esforço hercúleo. E imagine empilhar bloco por bloco de novo... Quanto mais se olha, mais difícil parece.

Recentemente me afastei dos meus problemas em alguns momentos e enxerguei os problemas dos outros. É engraçado o quão mais fácil se encontra soluções para eles quando não são seus. Você simplesmente entende onde cada bloco tem de ir para encaixar de novo. Encontra rampas, pontos de apoio, polias, tudo para fazer o caminho mais fácil. Você explica, aponta por onde, o que usar, como se estivesse ensinando alguém a jogar Sim City: "Olha, não coloca fábrica do lado de residência, mas também não deixa tão longe, pensa no transito!!". E ai vai da pessoa escolher o que dava para entender do que foi dito e como fazer para aplicar isso. Se colocar a fábrica do outro lado do mapa, melhora o transporte público e vamos nessa. Afinal, o problema é da pessoa e ninguém sabe lidar melhor com ele do que a própria, o quanto ele dói e o quanto se quer que ele doa.

Voltei a olhar os meus depois e as coisas pareciam ainda mais complicadas. Impossível de ver a imagem toda. Sempre estamos próximos demais dos nosso problemas para entende-los completamente. Por mais que se vire a cabeça de um lado par ao outro tentando enxergar o todo, tudo que se vê são borrões.




maio teve o mesmo número de posts que 2010 e 2011 juntos. Só isso já é uma transformação interessante. Eu voltei a escrever!!!

makes the people come together

Algumas músicas simplesmente me transportam para dentro delas.
Algumas músicas me transportam para o momento que eu ouvi elas.
Algumas músicas me acertam em cheio com a letra.

Essa faz os três.