quinta-feira, 4 de abril de 2013

O Politicamente Chato



Lembro de ter visto um vídeo do Rafinha Bastos antes de começar o CQC onde ele fazia piada com o música da Nega do Cabelo Duro. Lembro que na época eu ri muito e fui buscar mais vídeos do cara e ele era muito bom no Stand Up. Foi para o CQC e ali a fama decolou. Só que o cara cagou feio em duas piadas. Uma foi destas piadas toscas, machistas, que fora da tevê você sempre vê alguém falar, mas na tv, o cara falou, tá fora. Ainda mais falando de quem ele tava.

A segunda foi uma sacadinha boba, brincadeira com nomes, com um que homofóbico, mas ao mesmo tempo, brincadeira boba que a molecada faz desde pequenos. Errado pra caralho, sem dúvida, mas aquele esquema "atire a primeira pedra", né? O cara errou de novo e ai já vem paulada rolando solta. É "Chupa" daqui, "Cara escroto de lá", mas bom, quando você tava zuando seu amigo pelo olharzinho que ele fez em foto x que postaram no facebook tava tudo certo.

São tempos muito chatos. São tempos em que se falar o óbvio, o que deveria ser o senso comum, o que não deveria precisar ser debatido é digno de aplauso e são tempos que não se deve mexer com assuntos que podem criar complicações. Não to do lado do Rafinha, mas também não acho nenhum absurdo. Fazer piada, no geral, é andar numa linha tênue entre uma boa sacada e passar do ponto. Ele passou. Às vezes você até vê a linha que divide um do outro, mas a esta altura você já esta do outro lado da linha falando a besteira que você achou que podia fazer todo mundo rir.

Por outro lado eu tenho visto cada vez mais as pessoas ressaltando o que devia ser o normal. Óbvio que o casamento gay deveria ser respeitado, assim como qualquer outro casamento. Que diferença faz na sua vida se outras pessoas então encontrando maneiras de serem mais felizes, se sentirem mais realizadas? "Ah! Mas eu vou ter de explicar isso para meus filhos?" Claro!!! Espero que você explique tudo que puder para seus filhos. Isso é só mais uma coisa. Além disso, as crianças estão nascendo num novo mundo, que muda mais rápido do que podemos acompanhar.

Em tempos de mudança sempre tem os que ficam para trás e, por incrível que pareça, lados opostos, distantes e distintos acabam encontrando uma maneira de coexistir. Agora, não podemos esquecer o mais importante, que é sempre poder rir das coisas. A mudança vai acontecer, já está acontecendo e ninguém pode para-la.