quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Segunda Perna



É engraçado escrever sobre a parte final da viagem depois de tanto tempo. Mais de um mês se foi, mas senti que ainda havia necessidade de voltar aqui e colocar um pouco da minha sensação. Isso deve ter sido porque eu tenho dois amigos indo para Londres nos próximos dias e eu tenho de enviar um roteirinho de viagem para eles, daquele tipo "Onde ir, onde não vale a pena, que horas fecham as coisas".  E ai, claro, me lembrei dos muitos dias de viagem que fizemos em Londres e do que era legal e o que não era.

Foi muito bom chegar em um hotel incrivel assim que descemos do avião. Alias, melhor ainda é chegar de metro no seu hotel incrível. Para mim, no final, boa parte do sucesso da viagem veio pela escolha da Laura do CitzenM como nosso hotel. Ele fica bem localizado, do lado de dois metros, muitos restaurantes e pubs bons em volta, moderno, wifi  e imacs de graça, restaurante e bar.

A cidade é divertida, de cara, por sua mão invertida nos carros. Para andar nos primeiros dias é bom prestar atenção. Isso somado à famosa pontualidade inglesa ( que faz tudo estar realmente fechado as 18:00 horas) e já se poderia pelo menos dar algumas risadas de uma vida diferente (mais diferente ainda quando se é atrasado como eu).

Mas Londres é uma cidade bastante completa, com um metro enorme que cobre praticamente a cidade toda, ruas repletas de atividades, parques com jardins incriveis, um teatro forte como o de Nova York e a incrivel vida ligada ao futebol que eles tem (13 times diferentes dentro da mesma cidade - São Paulo tem seis). 

Poder passar pela Abbey Road ou visitar a casa que era fo Freddie Mercury são outras atividades muito legais ( e sempre bom pensar que minha mãe teria gostado muito destes passeios). As idas a Camden Town foram momentos muito gostosos do passeio e muito necessária a existencia de uma loja como a Cyber Dog para a vida.

Ir assistir ao espetáculo We Will Rock You e a um jogo do Arsenal, dentro do Emirates Stadium com direito a gol de bicicleta, foram as cerejas de um bolo que nem precisava delas.

E no meio disso tudo... Bom, no meio disso tudo ainda tiveram dois dias em Paris. E ouso dizer: é a cidade mais bonita que eu já vi. Suas avenidas bem arborizadas, com arvores cuidadosamente podadas, seus monumentos gigantes a cada esquina, seus queijos, o Louvre, as Tuileries, o Quartier latin, a torre, o arco, o metro maior e mais complicado de todos ( mas que a gente domou), um sol de rachar em um céu azul lindo e os patinhos do Rio Sena.

E claro, se em Nova York nós fomos em duas montanhas russas, em Londres fomos em um chapeu mexicano deais da metade da altura da London Eye e em Paris fomos em um que chamava 5G Max, que pasmem, pegava 5G de aceleraçao - treinamento para astronauta!!!








terça-feira, 23 de julho de 2013

First Leg - Nova York



Não é minha primeira viagem internacional. Não que eu tenha muita experiencia, mas pelo menos posso dizer que já havia ido aqui e ali antes. Também não era minha primeira viagem internacional com o meu dinheiro. O que foi que mudou então? Acho que o tamanho da viagem, o tempo de preparo, a quantidade de coisas que precisávamos pensar antes de poder sair: Fechar as pontas soltas em mestrado, curso, trabalhos diversos. Conseguir o dinheiro todo: Pagar passagens, hospedagem e ter dinheiro para gastar nos lugares sem passar vontade. Acho que esse preparo foi o que fez essa viagem ter antes mesmo de sair do solo um gosto especial.

Claro, os lugares e o tempo também contaram muito, passar 9 dias em Manhattan e 13 em Londres, com chance de um pulinho em Paris, parece bastante incrível. Estou sentado no hotel de Londres em nosso primeiro dia aqui e isso significa que a "segunda perna" da viagem acabou de começar e muitas histórias novas virão. Mas esse post aqui é sobre as impressões da primeira perna.

Em primeiro lugar, eu não tenho mais aquele desejo consumista louco que posso ter tido com 16 anos, quando precisava de novos quadrinhos, cards, videogames, como se não houvesse amanhã. Hoje em dia o acesso a isto tudo esta muito mais simples, sendo possível comprar tudo on line com opção de download ou entrega em casa. Simples, prático e sem precisar atravessar o continente para conseguir. Além disso, sofro do mal de não gostar de muvuca. Fila me mata um pouco por dentro. Então, para mim, o pedido é sempre fugir do óbvio, dos grandes monumentos, prédios, roles. E pra completar, quando viajo, não gosto de ficar planejando minuciosamente o que vamos fazer. Prefiro ir no feeling, na oportunidade, na sorte.

Nova York tem uma cara de familiar. Você viu tantos filmes, tantas séries e leu tantos quadrinhos que se passam nela que quando chega é como se já tivesse estado na cidade antes. Os prédios que você viu no Caça-Fantasma, Seinfeld e Friends estão todos lá. O Upper East Side do Gossip Girl, a biblioteca onde o Tio Ben morre e o Dia depois do Amanhã passa uma parte da história e o Grand Central Station de uma parte da briga dos Avengers, do tiroteio dos Intocáveis e de tantos outros filmes, também estão lá. Você já viu estes lugares, você sabe como eles são. A familiaridade é indiscutível.

Mas Nova York é mais do que isso. Em muitas maneiras, é a São Paulo que funciona. Tem transito? Tem, claro. Mas tem muito menos carro na rua. Tem momentos em que até falta barulho, em outros, o transito que tem é dos taxis amarelos que dominam todas as ruas. Isso porque o Metro conecta praticamente a cidade inteira. As tarifas são parecidas com as brasileiras, mas tem a opção de um cartão semanal e outra mensal, o que para um turista barateia demais a viagem. Além disso, os metros, apesar de mais velhos que a maioria de São Paulo, tem o ar condicionado funcionando muito bem e a logística ainda melhor. As estações suportam dois tipos de trem: os locais e os expressos. Os expressos param em algumas estações chave apenas, os locais vão parando em todas. Isso de cada uma das muitas linhas da cidade.

As ruas são todas esquematizadas e uma vez que você entende o formato, fica muito mais fácil de se entender. East de um lado, West do outro; Ruas na horizontal, Avenidas na vertical. Prático. O esquema todo da cidade é este: praticidade. Na verdade, praticidade e consumo. E como eles são bons nisso. As lojas da Lego, Nintendo e M&M são o exemplo máximo disso. Todas seriam lojas bem de nicho no Brasil: uma das pecinhas para montar, outra de videogames e a ultima de chocolate. Simples e fácil de compreender. Nos EUA não. A loja da Lego é a mais parecida nos dois países, com esculturas gigantes e montagem de pequenas cenas temáticas. Mas na loja de Nova York tem uma parede enorme com pecinhas a granel, de todas as cores e tamanhos. A loja da Nintendo tem tantas opções de pelúcia, moletons, chaveiros, camisetas e afins que os videogames ficam quase em segundo plano. Já a loja do M&M deixa as duas últimas no chinelo. São tantas opções de coisa para se comprar ligadas ao chocolate: jogos de tabuleiro, lapis, material escolar, bolas, camisetas, malas, bolsas, canecas, chaveiros, jaquetas, e a lista vai longe nos 3 andares que a loja possui.

Mas o consumo americano vai ainda mais longe: São pelo menos 24 canais de esporte 24 horas por dia. De todos os tipos, passando esporte profissional ou universitário, o acompanhamento das carreiras e times é constante. Além disso, muitos das peças da Broadway estão com pouquíssimos ingressos, só nos piores lugares, para a temporada toda. O booth de compra de ingressos em Times Square é gigante e vende sempre com promoção, a atração é constante e funciona também para o Off Broadway. Tudo é consumido, tudo tem procura. E isso mantem a economia aquecida sempre.

Os parques também são muito bonitos. Os esquilos se proliferam e são tão bem cuidados que parecem uma atração a parte. As pessoas parecem ter um prazer incomparável de utiliza-los. Não acho que fiquem muito atras dos de São Paulo, acho só que tem um acabamento melhor. Não muito mais que isso. Ainda consegui aproveitar um show do Emicida no Central Park, de graça e com o Samuel tocando no palco.

De baladas eu senti que falta algo para a cidade. Fui em dois lugares diferentes, um mais sujão voltado para o rock e outro mais cheio de luzes, esquema balada floripa. Totalmente antagonistas e, apesar de parecem divertidos a seu modo, achei que ficaram bem aquém do que São Paulo possui.

A viagem foi incrível, aproveitando todos os passeios e conhecendo a cidade de Coney Island (fomos em duas montanhas russas muito legais e ainda fomos na praia!!! tudo no mesmo lugar) à Upper West Side. Pude ver o Times Square a noite com todas as luzes e os melhores telões de LED que eu já vi na vida. Brinquei bastante com as sobrinhas da Laura, comi muito bem todos os dias e ainda vi Pacific Rim e Man of Steel no cinema. Foi incrível e posso dizer que vale demais a visita.

Agora é um até a volta, porque a perna londrina da viagem esta apenas começando e eu já vi a Roda a noite =).

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pesquisa



Durante uma aula do mestrado, toda vez que eu parava para prestar atenção na aula, o sono vinha forte e eu dava algumas pescadas profundas. Comecei então a ler sobre fundamentação de raças alienígenas na ficção científica, a estudar um pouco de Babylon 5, Star Trek, entre outros e o sono desaparecia. Voltava a prestar atenção na aula e quase babava no chão por culpa do sono.

Isso acontece também no meu dia a dia, quando vou para uma reunião voltada para direito, eu praticamente não consigo prestar atenção. A reunião, para mim, poderia durar 15 minutos e seria tudo discutido com profundidade. Agora quando vou para uma reunião para falar dos meus projetos, o tempo parece passar muito rápido.

Não vou aqui para os lados da percepção da passagem de tempo e qualquer coisa com Einstein, mas sim a necessidade de se trabalhar e fazer o que se gosta. Eu ainda não estou no momento de poder ficar só com o que eu gosto, fazer apenas o que faz o tempo passar rápido e mantem a mente ágil. Mas é bom que este tempo chegue logo.

Folgado



Eu gostaria de propor a transferência da palavra "Folgado" para o rol de xingamentos possíveis.

Quando eu era mais novo, eu perdia a paciência muito mais fácil. Muito mais coisas me deixavam irritado. Não sei se por amadurecimento ou se por vontade própria fui conseguindo ficar menos bravo com as coisas, ser menos irritado. Mas tem algo que ainda assim me tira do sério: O folgado! E não qualquer folgado, o folgado que se acha o esperto. O cara que é a síntese do jeitinho brasileiro.

Para achar esse cara, não tem lugar melhor do que no transito. O cara que corta a fila de virar a direita vindo pela esquerda vazia, o que vai entrando sem esperar darem passagem (como um bom amigo meu disse: "Em São Paulo, a seta não é um pedido para entrar, é um aviso"). É todo dia, toda hora, o tempo todo, vem um motorista com seu carro ser folgado de alguma maneira e ai haja direção defensiva, haja guiar pelos outros. Além de sair cansado, você ainda sai puto da vida.

Chamar o cara de folgado, hoje em dia, não deixa o cara chateado, nem faz ele pensar no que estava fazendo. Para ter impacto precisa de um adjunto de intensidade como "do caralho", "de merda" e afins. Folgado acaba não tendo nunca o impacto deveria ter. Por isso queria coloca-lo no patamar certo, como um dos piores xingamentos que poderíamos proferir.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O Politicamente Chato



Lembro de ter visto um vídeo do Rafinha Bastos antes de começar o CQC onde ele fazia piada com o música da Nega do Cabelo Duro. Lembro que na época eu ri muito e fui buscar mais vídeos do cara e ele era muito bom no Stand Up. Foi para o CQC e ali a fama decolou. Só que o cara cagou feio em duas piadas. Uma foi destas piadas toscas, machistas, que fora da tevê você sempre vê alguém falar, mas na tv, o cara falou, tá fora. Ainda mais falando de quem ele tava.

A segunda foi uma sacadinha boba, brincadeira com nomes, com um que homofóbico, mas ao mesmo tempo, brincadeira boba que a molecada faz desde pequenos. Errado pra caralho, sem dúvida, mas aquele esquema "atire a primeira pedra", né? O cara errou de novo e ai já vem paulada rolando solta. É "Chupa" daqui, "Cara escroto de lá", mas bom, quando você tava zuando seu amigo pelo olharzinho que ele fez em foto x que postaram no facebook tava tudo certo.

São tempos muito chatos. São tempos em que se falar o óbvio, o que deveria ser o senso comum, o que não deveria precisar ser debatido é digno de aplauso e são tempos que não se deve mexer com assuntos que podem criar complicações. Não to do lado do Rafinha, mas também não acho nenhum absurdo. Fazer piada, no geral, é andar numa linha tênue entre uma boa sacada e passar do ponto. Ele passou. Às vezes você até vê a linha que divide um do outro, mas a esta altura você já esta do outro lado da linha falando a besteira que você achou que podia fazer todo mundo rir.

Por outro lado eu tenho visto cada vez mais as pessoas ressaltando o que devia ser o normal. Óbvio que o casamento gay deveria ser respeitado, assim como qualquer outro casamento. Que diferença faz na sua vida se outras pessoas então encontrando maneiras de serem mais felizes, se sentirem mais realizadas? "Ah! Mas eu vou ter de explicar isso para meus filhos?" Claro!!! Espero que você explique tudo que puder para seus filhos. Isso é só mais uma coisa. Além disso, as crianças estão nascendo num novo mundo, que muda mais rápido do que podemos acompanhar.

Em tempos de mudança sempre tem os que ficam para trás e, por incrível que pareça, lados opostos, distantes e distintos acabam encontrando uma maneira de coexistir. Agora, não podemos esquecer o mais importante, que é sempre poder rir das coisas. A mudança vai acontecer, já está acontecendo e ninguém pode para-la.

domingo, 31 de março de 2013

e o porquê de precisarmos de alguém como Mike Patton



Michael Allan Patton é conhecido por ser o vocalista do Faith No More. É conhecido também por ter diversos projetos paralelos, de vertentes e estilos completamente diferentes. Além de vocalista do Faith No More, ele tem os projetos Peeping Tom, Mr. Bungle, Tomahawk, Mondo Cane, Fantômas e Lovage. Além disso, ele participou de diversos álbuns, de Bjork a Sepultura.

Mas qual a importância disso??? Afinal é um cara, multi-instrumentista, vocalista e que participa de vários projetos, alguns mais famosos que outros. Quantas outras pessoas não fazem o mesmo e não merecem nem menção? A diferença aqui começa com o fato de que o Mike Patton é vocalista de uma banda de grande expressão, com boas vendas e aclamada por fãs e críticos. É reconhecido por ter uma voz forte e extremamente variável, indo de falsetes a guturais com facilidade e desenvoltura. Só isso já o colocaria sob o Spotlight. E por isso ele é diferente de todos os outros.

Que deve existir alguém experimentando com musica africana e o pop americano, que deve ter alguém usando a voz apenas como instrumento em algum lugar do mundo, que deve ter alguém cantando dance music como óperas pelo mundo eu tenho certeza que sim. Mas quantas pessoas realmente tem contato com isso? Quantas pessoas se preocupam em ir procurar isso? Não muitas, eu imagino. Mas Mike Patton gosta de experimentar. Fez de seu Fantômas uma banda sem letra nas músicas, porque seu vocal é apenas mais um instrumento. Com Mondo Cane regravou canções pop italianas da década de 50 e 60 com uma orquestra e mais 15 músicos de apoio. E diferente de muitos dos músicos mundiais que gostam de experimentar, Mike Patton trás isso a público, faz turnê com seus projetos, continua produzindo novos materiais com todas, lança CDs, fala sobre em entrevistas, faz você querer ouvir e com isso abre espaço para novas sonoridades para diferentes músicos pelo mundo todo.

Só por isso já bastaria. Só por ser capaz de diversificar tanto sua produção, manter ela constate, ampliar horizontes e permitir o contato com tudo isso por pessoas no mundo inteiro já seria mais do que suficiente. Mas o cara, além de tudo, é muito bom no que faz.

Paralelos Musicais



Não é raro encontrarmos no mundo da música duas bandas formando a base inicial de um movimento e, até mesmo, serem encaradas como "disputando" uma com a outra. A imprensa inglesa é campeã nisso, seja colocando Rolling Stones contra Beatles, seja colocando Oasis contra Blur. Com o começo do grunge, Nirvana e Pearl Jam, apesar de não serem as primeiras bandas a surgirem do movimento, são as que levantaram o movimento. Dizem que com a morte do Kurt Cobain, o Eddie Vedder se trancou em um quarto por um mês sentindo que o peso de continuar com o movimento havia caído sobre seus ombros. Não sei se isso realmente aconteceu, mas o que veio depois foi a transformação do Pearl Jam em uma das maiores bandas na atualidade.

Nos anos 2000 surgiu o que veio a ser chamado de garage rock ou raw rock, com bandas como The Strokes, The Hives, The Vines, The Killers, The White Stripes, entre outros. Um movimento marcado por linhas muito dançantes no baixo, teclados e guitarras cruas com muitos riffs. De 2001 para cá muito mudou neste cenário, diversas das bandas que surgiram no boom do movimento já não existem mas, mas as duas maiores se mantem fortes: The Strokes e The Killers.

Enquanto a primeira me passa uma sensação parecida com o Nirvana com garotos de cabelos desalinhados, muita atitude e parecendo não se importar com nada. Enquanto isso, o Killers parece passar justamente o oposto, de bons moços, rumados e com uma base solida, estruturada. Com pouco mais de 10 anos de estrada, é possível ver em seus shows as pessoas catando a plenos pulmões como se entoassem hinos, como se fosse a banda da vida delas.

Pouco mais de 10 anos apenas, 4 álbuns, e é a banda favorita de diversas pessoas. Isso, muito provavelmente, se dá em volta do vocalista da banda Brandon Flowers. Figura carismática e com ótima voz que chama o público e passa uma visão de alguém próximo, possível. Fã de diversas bandas, tenta cantar com seus ídolos sempre que possível, aumentando a sensação do gente como a gente. E quando se trata de seu show, ele mantem todos cativados.

De certa maneira, eu acabei encontrando um paralelo nestas situações, entre o grunge e o raw rock, no crescimento de um movimento e nas bandas que viram bandas da sua vida. Nenhuma delas são bandas da minha vida, gosto de algumas, não gosto de outras, mas talvez por isso eu tenha conseguido fazer esse paralelo. O quanto da atitude é importante para uma banda ganhar fãs, o quanto da atitude é um problema para a banda continuar forte?

terça-feira, 26 de março de 2013

O (meu) mal atual



Eu nasci em uma época de deixar recados porque as pessoas não estavam em casa. De telefone fixo e orelhão. Nasci numa época sem internet, sem computador, para dizer bem a verdade, apesar de muito cedo eles terem aparecido em casa. Mas eu nasci numa época em que ser multitarefas era ler enquanto ouvia música.

Já mais velho, com os videogames, eu passei a jogar, ler e ouvir música, ou falar no telefone ao mesmo tempo. Então, acho que de certa forma, o vírus já estava em mim desde pequeno. Me peguei ontem lendo quadrinhos, enquanto fazia uma apresentação do trabalho. Além disso, estava passando na tv o amistoso da seleção brasileira contra russa, enquanto eu ainda mantinha atualizada minhas redes sociais. Sentei para assistir o jogo e não consegui não levar o celular comigo pelo menos. Achei estranho que eu não conseguia mais assistir um jogo sem acompanhar em tempo real mais alguma coisa.

Acho que esta tendência só deve piorar. Em mim, claro, que já esta estabelecida, mas penso para as novas gerações. No meu mestrado, quase todos acompanham a aula com ipads e notebooks, o professor não lembra de algo e já encontramos quem fez, o que fez e como fez na internet dos nossos celulares. A aula fica mais recheada, sem dúvida, mas ao mesmo tempo, muda o jeito como aprendemos.

Impedir isso ou tentar ir contra é burrice, claro. É necessário encontrar uma maneira de manter as coisas dentro do controle e não sobrecarregar o cérebro de informações, dar tempo para o cérebro se desligar e remontar o que foi absorvido durante o dia.


sexta-feira, 15 de março de 2013

Guts


*pode conter spoilers*


A primeira temporada de Homeland traçou um caminho raro na televisão, montando um thriller tenso e com personagens profundamente críveis. A cada episódio eles encontravam uma nova maneira de nos deixar mais amarrados, cada vez mais achando que no próximo episódio seriam o ponto de virada de tudo. Uma destas séries que tem cara de caminhar para um final forte, com talvez 1 temporada só. E eles preparam tudo para que isso venha a acontecer. E a antecipação para o final de temporada é incrível. Eles tinham chance de fazer história nos seriados se tomassem uma decisão forte no season finale da primeira temporada, mas resolveram pegar leve e garantir os personagens estabelecidos para a segunda temporada.

Revenge tinha tudo para ser uma série na linha de Pretty Little Liars, Gossip Girl e afins, mas se propôs a tentar algo diferente e foi fundo na vingança. E lá pela metade da primeira temporada você não sabe como poderia ter mais do que 3 episódios restando... a porrada estava comendo solta. E a cada vez que a coisa chegava num clímax, tínhamos mais uma virada no roteiro e voltávamos para um ponto atrás. A sensação na segunda, terceira vez que isso acontece é de que você está sendo enganado, afinal, a série precisa ter 22 episódios na primeira temporada. O final da primeira temporada tem sim dois bons twists, mas a minha dúvida é se ela poderia ter terminado mais cedo e com mais força.

Ando preocupado com uma certa falta de, por uso de melhor termo, culhões na produção das séries. A necessidade de se criar um produto vendável pelo maior tempo possível e a história a ser contada, a arte por trás de uma produção desta fica em segundo plano. Os fãs ficam felizes com a continuidade, mas vejo cada vez mais insatisfação quanto mais a coisa parece forçada. Um bom exemplo disso é uma das séries mais comentada da última década, Lost. Antes de fixar um final para série, dava para perceber os roteiros rateando e foi um momento que muitos dos fãs acabaram abandonando a série.

Além disso, estamos começando a ver um evento que eu só tinha presenciado nos filmes: os remakes. Inicialmente, para mim, aconteceu com The Killing, que era uma série nórdica e foi adaptada para os Estados Unidos. E de repente outras séries começaram a aparecer fazer o mesmo. Claro, antes disso, tiveram os comebacks de séries como 90210, mulher biônica, charlie's angels entre outros. E quando não é um reaproveitamento de idéias, algumas séries parecem se manter sempre na segurança.

A série que me veio a cabeça é a "House of Cards", do netflix. Personagens muito bons, atores fantásticos, diálogos inspirados e diretores prestigiados e, ainda assim, a série passa no mínimo metade da primeira temporada jogando na segurança, sem arriscar e, por vezes, caindo na obviedade. O personagem principal é tão bom, mas tão bom, que você não chega a temer que nada que ele faça vá dar errado. Quando isso parece que vai ficar óbvio para o mundo todo, eles encaixam um erro bobo, digno de briguinha da quinta série, só para até o final do mesmo episódio ele já ter resolvido tudo. Fortuitamente, a série parece estar tomando um curso interessante nos episódios seguintes e pode ser que este lado mais fraco da mesma fique para trás.

Basicamente, o que eu queria dizer, é que não importa você explodir um pouco as coisas no final da temporada seguinte, se você perdeu o momento e não teve culhões de buscar fazer algo relevante.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Somos todos Mortos Vivos



Lendo os quadrinhos de Walking Dead, a primeira coisa que eu pude notar é como a série de TV é apenas levemente baseada nos quadrinhos. Mantem-se os personagens, mas é como se fosse uma realidade paralela.

Cheguei na metade da série e posso dizer que o quarto encadernado nacional me fez perceber uma coisa, a única diferença entre nossa vida atual e a deles nos quadrinhos, é que eles tem os mortos-vivos para usar de desculpa para os absurdos e a moral dúbia que eles tem. Qual é a nossa desculpa?

Dias de um Futuro


Se você, por acaso, acompanha meus posts no facebook, sabe o quanto eu gosto de descobertas, novidades e novos gadgets. Mas, interessantemente, eu falo pouco de videogames, apesar ter jogado muito na vida e estar voltando a jogar agora.

Acho que estamos vivendo uma destas épocas de ouro dos videogames. A passagem de uma geração para outra é sempre algo esperado, mas as inovações nesta nova geração estão além de quaisquer uma anteriores. O PS4, Wii U e o Xbox vindouro trarão novidades que juntas, darão a cara da integração do futuro. O Kinnect deste xbox já esta mudando as televisões e micros. O Kinnect do próximo, promete gerar imagens em todas as paredes da sala, aumentando a imersão. O ps4 vai ser interconectado com celulares, vai permitir dar share em qualquer coisa que aconteça em um jogo, vai permitir conversar em quase qualquer plataforma de redes sociais e vai levar o jogo com você. O Wii U mantem doi stipos de controle, sendo 1 deles um tablet, fazendo você coordenar as ações em um controle padrão de botões e outro de touch, com tela mostrando aspectos extras do que aparece na sua televisão.

Esses conceitos parecem um pouco voltados apenas para jogos, mas vai muito além. Imagine o que o cinema pode virar, com uma imersão do estilo do novo xbox, permitindo conectar seu perfil com o filme que você vê e criando possibilidades de escolhas, além de permitir você interagir com ele diretamente através de um tablet na cadeira. Cada um vai ter sua própria experiência e todos vão poder ver o que os outros viveram através dos compartilhamentos. Mas esta é só uma extrapolação. Eletrodomésticos vão vir mais integrados e com capacidade de reconhecer comandos por voz ou por movimento.

A próxima geração de videogames pode acabar vindo para reformular tudo que você tem em sua casa.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Despedidas



Duas despedidas esse final de semana. A primeira foi no domingo, quando acabei de ler o quarto livro do Eragon, o chamado ciclo da herança. Que a série não é um esplendor da escrita, a gente já sabe bem, mas foram 12 aos lendo os livros conforme eles foram saindo e, devo confessar, me diverti bastante. Gosto dos personagens e das longas linhas de história que cada um deles tem. Acho ainda melhores os personagens secundários, com menos tempo em cena, mas com personalidades bem definidas e ótimas narrativas paralelas.

Acabar como acabou foi bastante interessante, pois deu um final agridoce, ao mesmo tempo que deixou  duvidas suficientes no ar para, quem sabe, ele venha a continuar a história algum outro dia. É legal ver um moleque que publicou o primeiro livro da série quando tinha 17 anos ter tido a vontade e a capacidade de encerrar a história melhor do que quando começou, 12 anos depois. Pode não ser um marco da literatura, mas ele completou a história que se propôs a contar. E, como em qualquer final, foi triste dar adeus a todos os personagens e fechar o livro.


A segunda despedida, e esta sim muito mais melancólica, foi com Fringe. Uma das séries que mais me deu prazer em acompanhar nos últimos anos e que eu me senti mais envolvido em sua briga continua para não ser cancelada sem ter um final à sua altura.

A série vem na esteira de Lost, na época que já se sabia que Lost seria encerrada em mais 3 temporadas e todos os canais procuravam a próxima serie a arrebanhar fãs. Neste mesma esteira, tiveram séries como The Event e Flash Forward, nenhuma com sucesso. Acabou sobrando para o próprio criador de Lost, J. J. Abrams criar um show que pegasse os fãs de Lost pelas orelhas e fizessem acompanhar uma nova série. Diferentemente de todas as outras, Fringe criou uma vida própria, se apoiando sem sua própria mitologia e seu jeito exclusivo de fazer as coisas. O que era uma série "Monster of the Week" passou por uma gigantesca transformação no final da primeira temporada, quando se entendeu que havia mais por trás do que estávamos vendo. Um véu que sempre cobria a tudo e fazia com que nos perguntássemos e duvidássemos de tudo. O tônica continuou a mesma, mas a série ganhou em profundidade e deu a oportunidade para quase todos do elenco interpretarem mais do que um personagem.

A partir da terceira temporada, pudemos notar que os criadores e roteiristas passaram a ter grandes dificuldades, pois a baixa audiência os fazia temer serem cancelados sem fechar a série bem. Desta maneira, cada temporada parecia sempre estar perto de fechar a história para, caso fossem cancelados, as coisas já estarem encaminhadas. Mesmo assim fomos presenteados com episódios e narrativas incríveis em todos os anos.

Os dois últimos episódios foram ótimos e fecharam com o cuidado e o carinho pela série e seus personagens que se sentiu em todas as temporadas, em cada episódio. Novamente aqui temos o fenômeno de Lost, era uma série sobre seus personagens e não sobre seus mistérios. O que ficou em aberto, ficou. Mas os personagens completaram seus arcos. E isto é uma constante em Fringe, cada arco de personagem era tocado com esmero, não apressando nenhuma transformação e fazendo que as durezas e mazelas fossem sentidas episódios a fio. Fringe se encerrou bem e profundamente emocionante.


sábado, 19 de janeiro de 2013

Sentido e Proposito



Na parede aqui de casa tem, pendurada, uma corneta azul (um pênis de smurf, alguns poderiam argumentar) e não pude deixar de pensar na jornada que essa corneta teve até chegar aqui. Passou anos no fundo do meu armário, foi usada para acordar as pessoas diversas vezes, em festas na minha casa que duravam dias para acabar. Era dourado e foi pintado de azul em uma tarde gostosa de sol na casa de um amigo, passou um caminho longo e foi até parar em outra casa, com sua nova dona, antes de vir para a parede que esta. Quando meu pai me deu a corneta, será que imaginou qual seria o longo caminho que tomaria?

Assisti ontem o novo filme dos irmãos Wachowski com o Tom Tykwer, o filme dura três horas e começa de um jeito que parece obrigar sua cabeça acordar de algum torpor antigo. Ao sair da sala, a sensação era de que dias haviam se passado e não só as três horas. São muitos anos, muitas tramas e um sentido de unidade final que faz o filme valer a pena.

Não consegui exteriorizar a linha de pensamento que o filme me fez seguir, a sensação de proposito e como é difícil avaliar a importância dos pequenos acontecimentos antes que eles possam ter o devido tamanho e repercutido tudo que necessitam. O quanto das escolhas que foram feitas antes sem nem mesmo se parar para pensar afetam o futuro de todos? Se for possível ver toda a linha do tempo a distancia, os seus encontros e desenlaces, o dia a dia perde seu interesse ou aumenta a sua importância?

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Retrospectiva 2012 - Séries


Poucas coisas tomaram tanto meu ano quanto assistir as séries. Ao invés de falar delas livremente nesta retrospectiva, resolvi fazer um top10.

Vamos lá:


1) Newsroom


A série é inteligente, tem bons personagens e me fez ir procurar os fatos, termos, grupos e afins que foram usados em cada episódio. A série tem momentos mais leves, personagens que se enrolam em seus sentimentos, mas não é especificamente sobre isso. A série tem um heroi, um Dom Quixote, mas ele não esta sempre certo. Pelo contrário, ele erra e toma na cara algumas vezes neste primeiro ano. E isso faz bem. A série é boa, com uma ótima produção e trouxe um respiro, abrindo espaço no gênero.


2) Sherlock


Ah os ingleses! Este Moffat sabe bem o que quer com a série e, apesar de dois episodios mais fracos, os outros 4 são fantásticos e é provavelmente a série mais bem escrita dos últimos anos. Escrita e atuada. Que Cumberbatch e o Freeman são bons a gente já sabia, mas os melhores da série, para mim, são de longe o Mycroft e o Moriarty (Mark Gatiss e Andrew Scott). Cada episódio tem 1h30, um filme, com uma produção muito boa, que me faz repensar as brincadeiras feitas a BBC.


3) Game of Thrones


A segunda temporada foi mais lenta que a primeira, mas quando engatou, funcionou muito bem e fechou com um daqueles ganchos que faz que a espera de 1 ano para uma nova temporada seja muito custosa. A história esta na iminência de uma nova guerra e isso, para os espectadores, é muito bom.


4) Misfits


A série perdeu praticamente todos os seus atores originais para esta quarta temporada. Isso seria mais do que motivo para todo mundo parar de assistir a série. Mas não é assim que funciona para os ingleses aparentemente. Essa série esta na mão dos escritores e se o terceiro episodio dessa ultima temporada não te comprou um lugar para a série do top10 de 2012, sua lista esta errada. 



5) The Walking Dead


A segunda temporada me fez pensar que Walking Dead estava fadada ao fracasso, ou a encheção de saco. Teve 3 ou 4 episódios fantásticos e 9 de encheção de linguiça. Lenta! Mas a terceira temporada veio para fechar minha boca. Todos os episódios foram incríveis e o quarto episódio entra para dos melhores da série. De emudecer.


6) Girls


A série começou sem ter a ver comigo. Era lá uma série parada de meninas desfuncionais para todas as meninas. Não sei porque continuei a ver, mas continuei e ai veio o episódio da melhor festa do mundo e a estranheza passou a fazer sentido e a série só melhorou a partir dali. Com um formato um pouco diferente, num esquema autoral, é como se fosse uma versão indie de confissões de adolescente. Mas funciona.


7) The Big Bang Theory e 2 Broke Girls


2 Broke Girls estava entre minha séries de vergonha. Não era boa, mas de tão boba, eu acabei gostando. No final da primeira temporada começaram a acertar piadas e a coisa pareceu engrenar. A segunda temporada começou fraquíssima e só a falta do que ver na televisão a noite permitiu continuar a ver a série, mas, de repente, a série resolveu parar de se levar a sério e a fazer as piadas mais alopradas sem se perguntar se podia ou devia.... E a coisa ficou boa. Confio na Whitney e acho que a serie pode ter encontrado seu caminho e vem rendendo algumas boas risadas.


Big Bang Theory também parece ter se achado. Sou dos chatos que achou que a série só decaiu desde o seu começo. Mas sou obrigado a dar o braço a torcer, esta temporada encontrou algumas das melhores piadas da série.


8) The Killing


Ok. Eu assumo que não acabei ainda de assistir The Killing. Estou no meio da segunda temporada e já sei que teve gente que achou que podia ter acabado na primeira e sei de quem gostou bastante de como fecharam a história do assassinato de Rosie Larsen. Estas que gostaram de como foi fechado tem muito da minha estima, então acredito que deva mesmo ter ficado bom. De qualquer maneira, a série que me deixou pasmo com a primeira metade do seu primeiro episódio me pareceu fazer boas escolhas durante todo seu caminho e sem dúvida é uma das que devem ser vistas.


9) American Idol, The Voice e The X Factor


É, eu realmente gosto dos realitys de música. Gosto da formula, gosto dos jurados, gosto dos participantes, das suas histórias de vida, mas principalmente, eu gosto muito das versões que aparecem nestes programas. 


Dos três, o melhor para mim no quesito formato, apresentador e jurados (coaches no caso) é o The Voice. A química é ótima entre os 4 e o conceito e ideias para reviravoltas são as melhores e faz todos os outros programas quererem copiar. O que ainda deixa um pouco a desejar são justamente os shows. Sinto que muitas das versões apresentadas lá, ficam aquém das do X Factor e American Idol. 


10) Homeland


Homeland teve uma das melhores primeiras temporadas que uma série de televisão poderia ter. Falhou em uma coisa apenas, faltou culhões de fazer a decisão difícil no último episódio. Como não fizeram, deixaram uma bela dúvida: Como continuar agora sem perder a credibilidade? Eles conseguiram, a seu modo, uma solução razoável. Depois de você ser forçado a engolir a estratagema definida para continuar a série, a coisa até que funciona em muitos momentos e você chega a ser pego de surpresa por algumas sacadas. Podia ser muito melhor, mas ta boa até.