segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O problema que a Marvel criou no cinema.





Quem já leu quadrinhos da Marvel, destes que saem mensalmente, sabe como são chatos os grandes eventos. Você só lê o Homem Aranha e, de repente, tem de comprar as revistas do X-men, Vingadores e suas revistas separadas (Capitão, Hulk, Homem de ferro)... e assim por diante. Tudo isso só para entender o que aconteceu com o Homem Aranha da edição seguinte.
Quando a Marvel levou este estilo para o cinema, foi uma jogada incrível. Com filmes que são a cara das aventuras dos anos 80, com ação, comédia e enredos amarrados, a Marvel saiu da beira do barranco que estava no começo do milênio para uma situação bem mais confortável.
Então foi bom, certo? Para a Marvel sim, sem dúvida. O problema que isto trouxe é o efeito grande evento para os filmes também. Claro que você pode só assistir o Vingadores 2 e ele fará sentido e será fechado em si mesmo. Mas, para você pegar todas a situação, as piadinhas e nuances, ajuda ter visto os outros filmes. Até ai, melhor ainda para a Marvel que garante com um filme, que você veja vários outros.


O problema é que o formato parece estar pegando para outras produtoras também. A Universal parece querer fazer a mesma coisa com seus monstros, um universo dividido (shared universe) por todos os grandes monstros deles, como Frankstein, Dracula e afins. Underworld também aponta para isso, e até a franquia do Bourne parece querer fazer algo parecido com Renner e Matt Damon tocando filmes separados e se encontrando para uma aventura conjunta eventualmente.
Me parece que os Shareds Universes são a bola da vez e a garantia de bons lucros para as produtoras, quase uma venda casada do cinema. E o que acontece é que para amarrar todo mundo em um grande filme que englobe os demais e que, ainda assim, permita que alguém que não assistiu os outros filmes veja e se divirta igual a história tem de ser rasa, e baseada em: Ação e Comédia.
É um formato que tem tudo de aditivo que se pode esperar de cinema, mas que ao mesmo tempo pode cansar igualmente e te deixar frustrado se você esperar mais de uma história.


E para coroar o post, dois sketchs do Saturday Night Live

http://dailypicksandflicks.com/2014/10/12/snl-the-group-hopper-video/

http://dailypicksandflicks.com/2014/09/28/snl-marvel-cant-fail-movie-trailer-video/

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Cia



Estou devendo muitos posts para este blog. Muitos posts que tem um espaço no fundo da minha cabeça. Queria falar das manifestações do ano passado. Queria falar de coisas que aconteceram na minha vida e queria falar da copa do mundo, claro. Mas esse posts ficaram para trás, pelo menos por enquanto.

Estou agora no Panama, voltando de uma longa viagem de 37 dias. Passei por uma boa parte da California, por Las Vegas, pelo Hawai e finalmente por Nova York.

Uma viagem de experiências muito distintas e muito aprendizado. Mas principalmente de uma convivência absurda com a Laura.

Férias em casal costuma durar de 15 a 20 dias, porque quase invariavelmente, um dos dois precisa voltar para o trabalho, ou alguma aula. Esta nossa viagem durou 37 dias! Muitos deles na estrada.

E foi uma viagem incrivel, que nos mudou como pessoas, que nos fez compreender coisas que não imaginava. Mas este post não é sobre a viagem.

Este post é sobre a companhia e o companherismo. A viagem não seria a mesma sem a Laura. Ela aguentou meus dias ruins, sol na molera, furacões, andar e andar, comer bem, comer mal, correr de um lugar pro outro, se virar com cartão clonado, e muito mais, tudo sabendo me manter bem, me deixando tranquilo, e topando todas as ideias absurdas, sem nunca desgrudar um olho do mapa.

Por isso posso dizer, o mais importante da viagem não é para onde se vai, mas sim, com quem se vai. E eu não poderia pedir uma companhia melhor!






terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Canarinho



Não é todo mundo que sabe, mas eu realmente gosto de futebol. Na verdade eu realmente gosto de esportes e passei minha vida toda praticando. Claro que eu não passei ausente por todos acontecimentos políticos e sociais deste ultimo um ano e meio e planejo um post só para isso em breve. E, talvez por gostar e me importar tanto com esportes, eu já venha prestando atenção nos gastos da copa desde muitos anos atrás, como acompanhei os gatos do pan americano (que inicialmente ficavam perto de 750 milhões de reais e foi para além de 4 bi).

Mas claro, além de toda sujeira, além de toda politica, além de todas as falcatruas, injustiças, erros, etc... Além de tudo isso, nós vamos ter um campeonato esportivo. Dos maiores do mundo. E a seleção brasileira, a seleção do Felipão, a seleção da CBF (seja como for que você queira chamar) tá tomando a cara que terá no campeonato. E a cara não é boa.

No começo deste ciclo, com o Mano, logo depois da copa de 2010, logo depois de Dunga, o time tinha uma cara ágil, jovem, de futebol bonito. Uma cara do que os torcedores sempre sonham em ver a seleção de seu país ter. O jogo foi contra os Estados Unidos e o time jogou bonito, envolvente, sem sofrer grandes riscos e com um futebol para frente. A escalação do jogo: Victor; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos; Lucas, Ramires (Hernanes) e Ganso (Jucilei); Robinho (Diego Tardelli), Neymar (Ederson) (Carlos Eduardo) e Alexandre Pato (André). Desta escalação, atrás, pouco mudou. Saiu o goleiro Victor para a volta de Julio Cesar, mas até ai, tanto faz, porque goleiro é cargo de confiança do técnico e cada técnico costuma ter o seu. Dani Alves, Thiago Silva e David Luiz devem continuar. Só a lateral esquerda que mudou com a entrada de Marcelo, que é melhor jogador que André Santos. Dai para frente a coisa ficou bem diferente.

Ramires foi e voltou. Neymar nunca saiu. De resto, mais ninguém faz parte desta lista. Para piorar, nesta última convocação, Ramires e Willian aparecem na lista como meias, coisa que não são. Ramires sempre foi um bom segundo volante, participativo, com bom toque de bola e boa chegada no ataque, mas dai para virar meia, tem um longo caminho. Willian é atacante. Vem tendo um bom ano no Chelsea, mas nem sempre foi assim e, se for um dos convocados finais do Felipão, sera bastante contestado.

Se por um lado do campo vai jogar Neymar, o meio deve ficar com Fred. Pelo outro lado do campo quem deve ficar com a vaga é Hulk, que não é mal jogador, mas é limitado e estaria mais bem posicionado se fosse reserva do próprio Fred, deixando a ala para jogador mais habilidoso e rápido. Para fechar o formato queridinho na atualidade (o 4-2-3-1) Oscar será o garçom, responsável por pensar o jogo. Em boa fase o menino deve conduzir bem o time. O grande problema é se ele não segurar a barra. Não tem quem colocar. Voltaremos a viver 1994, que ao tirar Rai, que vinha muito mal na Copa, a única opção que sobrou foi colocar mais um volante. Se não tivéssemos Bebeto e Romário....

Dá para ser campeão? Dá, claro. Times mais feios já ganharam a copa (como esquecer a Itália de 2006), mas não é isso que se espera do Brasil. Menos ainda desta geração, que tinha tudo para ser uma das grandes. Jogadores como Paulo Henrique Ganso, Hernanes, Philippe Coutinho, Lucas, Leandro Damião, Wellington Silva e até Kaka, Robinho e Pato, foram deixados de lado para montar uma seleção competitiva, com jogadores que estão em um bom momento, mas que não tem metade da qualidade dos citados e, na maior parte das vezes, por jogadores de marcação.

Meu maior medo é que vai ser uma seleção engessada, que vai depender do brilho dos seus jogadores titulares. Se eles não estiverem resolvendo, trocar não deve melhorar, o banco ficou fraco e com poucas peças de reposição e, a principio, nenhum jogador que possa mudar o ritmo ou a cara do jogo.

Só para fazer um paralelo, em 2010 a Alemanha levou para Copa um time novo (com alguns medalhões), mas no geral, meninos habilidosos e esperanças. Não queria fazer feio, mas queria dar chance para um futebol diferente, preparar uma seleção para copa seguinte, para a nova geração. O resultado? Foi dos times mais bonitos de se ver jogar e só perdeu na semi-final para a seleção que viria ser campeã: a Espanha. Para a copa de 2014, novos jovens (muito bons de bola) se juntaram a equipe e aqueles que jogaram a copa passada estão mais maduros para esta. É, neste momento, a seleção a ser batida.

Estaria o fantasma de 1950 a solta?


Em Tempo



Na retrospectiva cultural que eu fiz no post anterior esqueci de citar a série que, talvez, tenha sido a minha favorita do ano passado, pelo inesperado.  As séries do Sci Fi (ou Syfy, como é conhecido o canal hoje em dia) sempre tiveram ideias fantásticas e execuções bem mais fracas. Salva-se uma ou outra, como Battlestar Galactica. Invariavelmente, de qualquer modo, os efeitos sempre foram mais para defeitos especiais. O canal percebeu então que, para algumas séries, era possível ser sci fi, sem precisar de efeitos. Um dos principais carros chefes do canal nestes últimos anos foi a série Alphas, que utiliza o mínimo de efeitos especiais.

Lost Room é uma mini-série perdida do Sci Fi de 2006. No auge de séries como Lost e do começo de tentativas de criar uma série de sucesso similar (flash forward, the event, entre outras tantas), a mini série ficou soterrada e não teve a atenção que merecia. Chegou a passar no Brasil em 2008 no formato de seis episódios, mas será melhor conhecida agora por estar no netflix no formato de 3 episódios de 1h30.

Sem precisar usar grandes efeitos e com boas atuações dos seus protagonistas ( Peter Krause (6 feet under) e Juliana Margulies (Good Wife) ) a história acompanha a vida do detetive Joe a partir do momento em que ele vai investigar um homicídio bastante estranho. Seguindo as pistas deixadas na cena do crime, ele acaba encontrando um jovem e uma chave. O jovem conta uma história absurda que deixa o detetive intrigado a ponto de usar a chave em uma porta qualquer, apenas para descobrir que ela abre qualquer porta para um quarto específico e deste quarto, novamente para qualquer porta do mundo. No desenrolar da trama, o detetive perde sua filha Anna (Elle Fanning, bem novinha) para o quarto e passa a correr atrás de uma maneira de recupera-la.

A série cria um amplo universo, com diversos personagens (e objetos!) muito interessantes e mantem você se questionando e perguntando. Personagens como Karl (Kevin Pollak) adicionam percepção e movimentação a série, não deixando ela cair no lugar comum. E, sem se preocupar com o que o telespectador quer ou não quer saber, ela segue seu curso para contar uma história dentro do universo de infinitas possibilidades que a série criou.

O triste é que foram apenas estes episódios, mas que valem muito a pena de serem vistos.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Retrospectiva 2013

Desta vez eu demorei para fazer os melhores do ano passado, e por isso vou fazer tudo de uma vez em um post só.

Vou começar pelos filmes:


Foi um ano estranho no cinema. Teve bons picos de filmes bons, mas nada que fosse realmente incrível. Acho que melhorou no final do ano e começo de 2014 com a chegada dos filmes mais fortes do Oscar. De qualquer maneira, os dois melhores do ano passado, para mim, foram Gravidade e Rush.

Gravidade foi um filme de tirar o folego. Claro que eu já aprendi a confiar no Cuarón, desde grandes esperanças, mas,  apesar de ter lido muito sobre o filme enquanto ele era preparado, não sabia o que esperar. E o filme é realmente de tirar o folego, com sequências com tantos desdobramentos imprevistos, que a sobrevivência parece ser bastante improvável. Além disso, o filme é muito forte visualmente. Já Rush foi uma grata surpresa. Fui sem esperar nada e o filme além de fazer algo histórico parecer imprevisível, também mantém você tenso durante cada uma das corridas. Chris Hemsworth como o piloto inglês James Hunt e Daniel Bruhl como o austríaco Niki Lauda mandam muito bem nas interpretações e o mundo veio a conhecer uma das melhores histórias de bastidores da formula 1. Igual a esta temos algumas outras que poderiam ser exploradas para futuros filmes, mas eu duvido muito que venha a ser feito.

Como boa menção do ano, temos o ótimo Star Trek 2, com atuação sempre brilhante do Benedict Cumberbatch e uma história antiga muito bem reimaginada.


Séries




Por diversos motivos, a série do ano foi a ótima House of Cards. Eu não havia pensado nisso profundamente até o momento de escrever esta retrospectiva, mas os motivos se enfileiram: É a primeira série do Netflix; tem direção nos três primeiros episódios de um dos meus diretores favoritos, David Fincher (que é grande força para esta série ter acontecido); tem atuações brilhantes de Kevin Space (óbvio) e da Robin Wright; tem ótimos roteiros e, apesar de ter uns 3, 4 episódios que perdem o interesse no meio, soube se reinventar. O tema é denso, mas a história é muito bem contada e a constante quebra da quarta parede facilita o ritmo. Em resumo, vale muito a pena.


Foi o ano, também, de se despedir de Misfits. A séria teve muitas dificuldades durante suas cinco temporadas. Se no final da segunda temporada tudo parecia perdido com a saída do personagem favorito de 9 entre 10 pessoas que assistiam a série, o final da terceira veio para matar todo mundo do coração quando outros 3 (de 5!!!) resolveram deixar a série também. Mas isso eles tiraram de letra, afinal, a quarta temporada da série foi a temporada dos roteiristas, com os melhores episódios da série. A quinta temporada veio letárgica, com o final já anunciado e dando a chance de vermos mais um pouquinho personagens que nos foram muito queridos. Não tiveram os melhores episódios, mas tiveram bons momentos na quinta temporada e esperar cada um dos oito últimos episódios foi muito bom.



Como menções honrosas tem muitas séries boas para serem colocadas. Newsroom teve uma segunda temporada focada em um assunto só e muitas notícias paralelas. Momentos bastante pesados mostraram os problemas de se noticiar um fato não confirmado (ou melhor, fabricado). Game of Thrones teve um episódio que mostrou um pouco do "guts" do George R. R. Martin, que foge com tranquilidade do padrão hollywoodiano, matando a galinha dos ovos de ouro, apenas para criar uma nova na temporada seguinte. Para variar, a série conta com os melhores penultimos episódios de temporada. Entre as novas, se destacam Blacklist com o excelente James Spader que carrega a série sozinho e Master of Sex, com Michael Sheen e Lizzy Caplan atuando muito bem em uma série que cada episódio parece conter tantas novidades e reviravoltas quanto um longa.


Livros


O ano seria da fantástica 1Q84, mas então me apresentaram à Cronica do Matador de Rei e foi uma lavada. Fazia tempo que eu não deixava de dormir apenas para poder ler. Li os dois calhamaços (os dois juntos tem mais de 1500 páginas) em pouco mais de um mês. O estilo simples e conciso em que os livros foram escritos tornaram a leitura mais prazerosa. Agora fico esperando o lançamento do terceiro e último livro da série, que se não vier este ano, deixará o caminho aberto para o ano ser dos livros 2 e 3 do 1Q84 do brilhante Murakami.


Jogo



Coloquei aqui uma imagem linda do jogo Bioshock Infinite para ilustrar esta área do post, porque, na verdade, o jogo do ano, foi facilmente, o Counter Strike: Global Offensive. Para quem não sabe, no começo do milênio eu fui patrocinado para jogar o primiero Counter Strike. Diversos times, muitas amizades (que duram até hoje) e o jogo perdeu seu momento, sendo superado por diversos outros. Finalmente, foi lançado um novo CS e este está muito digno de seu nome, arrastando todos os velhos amigos de volta para o jogo, com fim de tardes e madrugadas, jogando, rindo e brigando juntos. Novos amigos apareceram e esta é a maior importância do jogo, as pessoas que você conhece.

O Bioshock Infinite é lindo e tem uma história muito legal (basta dizer que abre a possibilidade de realidades paralelas). Ainda assim é um FPS, o que pode fazer muita gente torcer o nariz. Mas o visual é de tirar o chapéu.


Shows




2013 foi um ano de muitos e muitos shows. Shows que eu queria assistir quando era adolescente e que finalmente vieram para o país (as vezes de novo) como Offspring, Blur, Matchbox 20, Black Sabbath. Shows de gente muito boa que eu queria muito ver nestes últimos anos, como John Mayer, Muse. Pude rever Dave Matthews Band, uma das minhas bandas favoritas, fazendo em São Paulo um show digno do Central Park. Além disso tiveram Incubus, Florence, The Cure, The B52s, Pet Shop Boys, Emicida (com o Samuel no baixo em pleno Central Park) e muitos outros.

Mas o show do ano fica com o Lollapalooza. Eles trouxeram bandas menores incríveis, como Foals, Franz Ferdinand, Tomahawk, Two Door Cinema Club, Kaizer Chiefs, Hot Chip e Passion Pit. Mandaram muito bem com Queens of The Stone Age e The Killers e fecharam animalmente com Pearl Jam. Terceira vez que vejo os caras tocando ao vivo e, mais uma vez, irretocável. Muita energia, muita vontade de tocar, de interagir e de inovar o setlist sempre.

Acho que está bom para retrospectiva por enquanto.