quarta-feira, 14 de novembro de 2012

The Show Must Go On




O Canal Bis do Multishow está passando um show do Queen + Paul Rodgers e eu não consegui sair da frente da TV. As lembranças do show que eu fui em novembro de 2008 voltaram todas e eu me lembrei que este era o show que eu tinha de ir na vida. Não foi possível ver a banda completa, então eu vi o melhor possível.

Neste ano eu assisti ao cover "God Save The Queen" e os argentinos são muito bons. O cara que faz o Freddie não tenta se passar pelo Freddie, ele é o Freddie. Muda aqui e ali uma roupa, mas você enxergaria o Freddie Mercury usando aquilo. Os trejeitos, as chamadas da galera, tudo muito bom. Mas o show de 2008... ah! Os originais são incomparáveis. Aqui vai o que eu escrevi do show na época:

"Então vocês gostam de cantar? So do you like to sing? Vocês querem cantar para o Freddie?


Yeeeeeeeeeeeeeah!"




O show abriu com uma porrada: hammer to fall! Seguindo acelerado por tie your mother down! The old times were back! Paul Rodgers sabe que não tem o mesmo range do Freddie e não força. Marca a musica quebrando o tempo para encaixar suas puxadas. A voz rouca e grave, quando puxada, manda bem e vc sabe que aqui ali está acontecendo! Que o Queen esta tocando na sua frente!
O que se segue dai é um turbilhão de emoções: Fat Bottomed Girls, Another One Bites The Dust, I Want It All ( fantastica) e I Want To Break Free. Todos cantam tudo em uma só voz, sem parar. Já da para sentir a garganta começando a ficar rouca. Na galera, o mais legal, idade variando de 14, 15 anos para velhinhas e velhinhos, felizes, dançando.
Entra a primeira do cd novo (Cosmo Rocks, já com o paul rodgers): C-Lebrety. A música tem uma riff legal e a parte cantada no começo é boa. Não é Queen, mas é rockão. O refrão tenta puxar para o queen e não sei se gosto dessa passagem, parece forçada. Vem então a que eu esperaria que seria a pior do cd novo: Surf´s Up.... School´s out! Ledo engano. Ganha fácil de todas as outras e tem a puxada mais clara para o lado do que o queen fazia. Curti.
Brian anuncia entao: Paul Rodgers. Ele, sozinho no palco, com seu violão, toca Seagull do Bad Company (sua antiga banda). A música é bonitinha e o cara manda bem. Diga-se de passagem, é interessante ver como ele sabe que este não é o show dele e como deve ser díficil para um cara que foi frontman e guitarrista de duas bandas e de sua carreira solo, saber quando sair de lado e deixar os outros acontecerem. Bem ou mal, o cara tá na estrada a muito muito tempo e nunca tinha vindo para o Brasil. Ele sabe que ele ta aqui de carona.
Ele chama então Brian May que como violão, chega o mais proximo do publico com o seu banquinho e diz as palavras que abrem o texto, puxando em seguida Love of My Life. A galera canta do começo ao fim, com o Brian deixando o pessoal cantar sozinho grande parte. Quando tenta retomar no final da música, sua voz esta embargada de emoção e quase não sai em varios pontos, dando para perceber claramente o quão emocionado e quanto ele segura para não chorar. É o momento mais emocionante do show, de longe, quando se nota que o cara perceber o carinho e o alcance que sua vida teve. A multidão grita o nome dele.
Recupera-se chamando Roger Taylor lá para frente, quase no meio da galera! Taylor leva um bumbo e o pandeiro. Começa 39! Fantastico. Ele deixa o publico cantar o refrão inteirinho o regendo. Pede para parar e diz: "O my god! Since you guys sings so fucking brilliantly I have to call the rest of the band to play with us". Apresenta um a um que vão la para frente tocar também. O baixista com um baixo muito legal, com um que de acustico (ficava de pé), mas eletrico, aparentemente. O pianista com uma sanfona e o outro guitarrista. "Where was I?" pergunta "Ah!" E volta para o refrão.
Todo mundo sai e Roger fica brincando com o pandeiro, que cai da mão. Ele pega as baquetas então e toca na borda do bumbo, brincando com ritmos. Vira para o lado e lá esta o baixo. O baixista fica de pé ao lado e Roger começa a tocar com as baquetas o baixo... acelerando acelerando.... aceleraaaando.. e de repente toca o começo de Under presure! O publico delira. Volta a acelerar e toca a base de Another one bites the dust! Para de brinca com o baixo e se senta na frente do bumbo. Começam a montar a bateria enquanto ele vai tocando cada caixa, canda cymbal, cada prato que colocam na frente dele. Puta solo. Emendando em I´m in love with my car! Incrível o que o senhorzinho barrigudo toca e canta ainda!
De lá ele segue para Kind of magic! Fantastico! Ele cantando não da para sentir falta do Freddie. Segura muito muito bem a musica toda. Dela para Say It´s not true, do cd novo. A música me lembra o esquema e o tom do No one but you, que eles fizeram em memoria do Freddie. Depois seguiram com mais uma do cd novo e com a Bad company, do bad company. A musica é rockão bom tb. Bem legal. Entraram na We Believe, mais uma do cd novo que leva o estilão da No one but you.
Então deixaram o Brian sozinho de novo. Ele puxou alguns solos ótimos, inclusive de Now I´m here e ligou isso com Bijou. Fudido! Impressionante ver a pureza do som do Brian. E quem canta? O proprio Freddie, que aparece ao fundo, junto de milhares de luzes de estrelas que se espalham por toda a via funchal. Mais um momento intimista e gostoso.
Vem na sequencia Radio Gaga, Crazy Little Thing Called Love e The Show Must Go On. Nesta ultima fica discarado que o Paul Rodgers tem de comer muito para chegar num nivel proximo. O Roger fica a musica inteira dando semi viradas para dar dicas de entrada para o Paul e a voz do cara não chega. Enfim a versão de Bohemian Rhapsody da turne do Cosmos Rocks, com o Freddie cantando o começo, brian e roger acompanhando ao vivo, ai luzes apagadas no chorus e voltando com a banda toda e o Paul nos vocais.
Termina. Eles sai e voltam. No intervalo a plateia da show.
Quando voltam, voltam com Cosmo Rockin. Muito boa música. Acelerada, com gingado e ai, a voz do Paul sobrando na musica toda. Dela entram em All Right Now do Free. A primeira banda do Paul Rodgers, que tinha 18 anos na epoca,  e o maior sucesso da carreira dele provavelmente. O Roger Taylor não cansa de dizer que o Freddie Mercury era fã do Paul Rodgers desde desta epoca. De la paraWe Will Rock You, We Are The Champions e fechando com a inevitavel e consagrante God save the Queen
Claro, devo ter esquecido alguma musica. Foram muitas. Mais de 2 horas de show. Mesmo! Non stop. Só com a paradinha para o bis!
Entraram as 10 e sairam quase meia noite e meia.
135 reais e a certeza que não vou esquecer isso jamais.

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