sexta-feira, 13 de abril de 2012

Família Êh! Mamãe, Papai, Titia.

"São meus filhos / Que tomam conta de mim."


Quando você é pequeno nunca pensa que seus pais podem não ser as pessoas mais sábias do mundo, que eles tem defeitos ou mesmo que eles possam ter defeitos tão normais quanto qualquer outra pessoa. O problema é que a gente cresce.

O que muitas vezes acontece na adolescência é que começamos a nos questionar se eles sabem mesmo o que é melhor para a gente. Na maioria dos casos nesta época a resposta é sim, afinal, nós pouco sabemos da vida. Mas ali é plantada uma semente que vai florescer com a idade. Essa semente é a desmitificação dos nossos pais. Isso não quer dizer que eles não sejam pessoas fantásticas, com lindas histórias de vida e muita sapiência, mas que eles são falhos, cheios de problemas e neuroses, como qualquer um.

Um amigo meu me disse uma vez que nós só chegamos a adultidade quando passamos a cuidar dos nossos pais. Que sair de casa, pagar suas contas, cuidar das roupas e varrer o chão são coisas importantes, mas sempre vai rolar aquele respaldo de que seus pais te tiram da pior se precisar. Mas que isso muda quando vem a primeira crise e você é que tem de segurar o rojão, colocar o pé no chão e salvar o dia.

Esse momento para mim veio faz tempo já. Mesmo não tendo saído de casa ainda, já tive de segurar o rojão diversas vezes e em situações que não esperava de ter. Uma hora fica mais fácil e natural do que se espera. Conheço vários amigos que passam por isso desde pequenos e cedo já sabiam que não podiam esperar muito dos pais, ou de um deles pelo menos e vão segurando a bronca. Enquanto estão conversando, sorrindo, contando histórias, são como todos nós, mas é nos momentos de silêncio que você pode ver o peso da idade nos olhos deles.

O problema é que quando fica natural, a melhor coisa que se pode ter é um canto que seja só seu.

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