terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Em Tempo



Na retrospectiva cultural que eu fiz no post anterior esqueci de citar a série que, talvez, tenha sido a minha favorita do ano passado, pelo inesperado.  As séries do Sci Fi (ou Syfy, como é conhecido o canal hoje em dia) sempre tiveram ideias fantásticas e execuções bem mais fracas. Salva-se uma ou outra, como Battlestar Galactica. Invariavelmente, de qualquer modo, os efeitos sempre foram mais para defeitos especiais. O canal percebeu então que, para algumas séries, era possível ser sci fi, sem precisar de efeitos. Um dos principais carros chefes do canal nestes últimos anos foi a série Alphas, que utiliza o mínimo de efeitos especiais.

Lost Room é uma mini-série perdida do Sci Fi de 2006. No auge de séries como Lost e do começo de tentativas de criar uma série de sucesso similar (flash forward, the event, entre outras tantas), a mini série ficou soterrada e não teve a atenção que merecia. Chegou a passar no Brasil em 2008 no formato de seis episódios, mas será melhor conhecida agora por estar no netflix no formato de 3 episódios de 1h30.

Sem precisar usar grandes efeitos e com boas atuações dos seus protagonistas ( Peter Krause (6 feet under) e Juliana Margulies (Good Wife) ) a história acompanha a vida do detetive Joe a partir do momento em que ele vai investigar um homicídio bastante estranho. Seguindo as pistas deixadas na cena do crime, ele acaba encontrando um jovem e uma chave. O jovem conta uma história absurda que deixa o detetive intrigado a ponto de usar a chave em uma porta qualquer, apenas para descobrir que ela abre qualquer porta para um quarto específico e deste quarto, novamente para qualquer porta do mundo. No desenrolar da trama, o detetive perde sua filha Anna (Elle Fanning, bem novinha) para o quarto e passa a correr atrás de uma maneira de recupera-la.

A série cria um amplo universo, com diversos personagens (e objetos!) muito interessantes e mantem você se questionando e perguntando. Personagens como Karl (Kevin Pollak) adicionam percepção e movimentação a série, não deixando ela cair no lugar comum. E, sem se preocupar com o que o telespectador quer ou não quer saber, ela segue seu curso para contar uma história dentro do universo de infinitas possibilidades que a série criou.

O triste é que foram apenas estes episódios, mas que valem muito a pena de serem vistos.

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