terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Canarinho



Não é todo mundo que sabe, mas eu realmente gosto de futebol. Na verdade eu realmente gosto de esportes e passei minha vida toda praticando. Claro que eu não passei ausente por todos acontecimentos políticos e sociais deste ultimo um ano e meio e planejo um post só para isso em breve. E, talvez por gostar e me importar tanto com esportes, eu já venha prestando atenção nos gastos da copa desde muitos anos atrás, como acompanhei os gatos do pan americano (que inicialmente ficavam perto de 750 milhões de reais e foi para além de 4 bi).

Mas claro, além de toda sujeira, além de toda politica, além de todas as falcatruas, injustiças, erros, etc... Além de tudo isso, nós vamos ter um campeonato esportivo. Dos maiores do mundo. E a seleção brasileira, a seleção do Felipão, a seleção da CBF (seja como for que você queira chamar) tá tomando a cara que terá no campeonato. E a cara não é boa.

No começo deste ciclo, com o Mano, logo depois da copa de 2010, logo depois de Dunga, o time tinha uma cara ágil, jovem, de futebol bonito. Uma cara do que os torcedores sempre sonham em ver a seleção de seu país ter. O jogo foi contra os Estados Unidos e o time jogou bonito, envolvente, sem sofrer grandes riscos e com um futebol para frente. A escalação do jogo: Victor; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos; Lucas, Ramires (Hernanes) e Ganso (Jucilei); Robinho (Diego Tardelli), Neymar (Ederson) (Carlos Eduardo) e Alexandre Pato (André). Desta escalação, atrás, pouco mudou. Saiu o goleiro Victor para a volta de Julio Cesar, mas até ai, tanto faz, porque goleiro é cargo de confiança do técnico e cada técnico costuma ter o seu. Dani Alves, Thiago Silva e David Luiz devem continuar. Só a lateral esquerda que mudou com a entrada de Marcelo, que é melhor jogador que André Santos. Dai para frente a coisa ficou bem diferente.

Ramires foi e voltou. Neymar nunca saiu. De resto, mais ninguém faz parte desta lista. Para piorar, nesta última convocação, Ramires e Willian aparecem na lista como meias, coisa que não são. Ramires sempre foi um bom segundo volante, participativo, com bom toque de bola e boa chegada no ataque, mas dai para virar meia, tem um longo caminho. Willian é atacante. Vem tendo um bom ano no Chelsea, mas nem sempre foi assim e, se for um dos convocados finais do Felipão, sera bastante contestado.

Se por um lado do campo vai jogar Neymar, o meio deve ficar com Fred. Pelo outro lado do campo quem deve ficar com a vaga é Hulk, que não é mal jogador, mas é limitado e estaria mais bem posicionado se fosse reserva do próprio Fred, deixando a ala para jogador mais habilidoso e rápido. Para fechar o formato queridinho na atualidade (o 4-2-3-1) Oscar será o garçom, responsável por pensar o jogo. Em boa fase o menino deve conduzir bem o time. O grande problema é se ele não segurar a barra. Não tem quem colocar. Voltaremos a viver 1994, que ao tirar Rai, que vinha muito mal na Copa, a única opção que sobrou foi colocar mais um volante. Se não tivéssemos Bebeto e Romário....

Dá para ser campeão? Dá, claro. Times mais feios já ganharam a copa (como esquecer a Itália de 2006), mas não é isso que se espera do Brasil. Menos ainda desta geração, que tinha tudo para ser uma das grandes. Jogadores como Paulo Henrique Ganso, Hernanes, Philippe Coutinho, Lucas, Leandro Damião, Wellington Silva e até Kaka, Robinho e Pato, foram deixados de lado para montar uma seleção competitiva, com jogadores que estão em um bom momento, mas que não tem metade da qualidade dos citados e, na maior parte das vezes, por jogadores de marcação.

Meu maior medo é que vai ser uma seleção engessada, que vai depender do brilho dos seus jogadores titulares. Se eles não estiverem resolvendo, trocar não deve melhorar, o banco ficou fraco e com poucas peças de reposição e, a principio, nenhum jogador que possa mudar o ritmo ou a cara do jogo.

Só para fazer um paralelo, em 2010 a Alemanha levou para Copa um time novo (com alguns medalhões), mas no geral, meninos habilidosos e esperanças. Não queria fazer feio, mas queria dar chance para um futebol diferente, preparar uma seleção para copa seguinte, para a nova geração. O resultado? Foi dos times mais bonitos de se ver jogar e só perdeu na semi-final para a seleção que viria ser campeã: a Espanha. Para a copa de 2014, novos jovens (muito bons de bola) se juntaram a equipe e aqueles que jogaram a copa passada estão mais maduros para esta. É, neste momento, a seleção a ser batida.

Estaria o fantasma de 1950 a solta?


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