terça-feira, 26 de março de 2013

O (meu) mal atual



Eu nasci em uma época de deixar recados porque as pessoas não estavam em casa. De telefone fixo e orelhão. Nasci numa época sem internet, sem computador, para dizer bem a verdade, apesar de muito cedo eles terem aparecido em casa. Mas eu nasci numa época em que ser multitarefas era ler enquanto ouvia música.

Já mais velho, com os videogames, eu passei a jogar, ler e ouvir música, ou falar no telefone ao mesmo tempo. Então, acho que de certa forma, o vírus já estava em mim desde pequeno. Me peguei ontem lendo quadrinhos, enquanto fazia uma apresentação do trabalho. Além disso, estava passando na tv o amistoso da seleção brasileira contra russa, enquanto eu ainda mantinha atualizada minhas redes sociais. Sentei para assistir o jogo e não consegui não levar o celular comigo pelo menos. Achei estranho que eu não conseguia mais assistir um jogo sem acompanhar em tempo real mais alguma coisa.

Acho que esta tendência só deve piorar. Em mim, claro, que já esta estabelecida, mas penso para as novas gerações. No meu mestrado, quase todos acompanham a aula com ipads e notebooks, o professor não lembra de algo e já encontramos quem fez, o que fez e como fez na internet dos nossos celulares. A aula fica mais recheada, sem dúvida, mas ao mesmo tempo, muda o jeito como aprendemos.

Impedir isso ou tentar ir contra é burrice, claro. É necessário encontrar uma maneira de manter as coisas dentro do controle e não sobrecarregar o cérebro de informações, dar tempo para o cérebro se desligar e remontar o que foi absorvido durante o dia.


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