quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Despedidas



Duas despedidas esse final de semana. A primeira foi no domingo, quando acabei de ler o quarto livro do Eragon, o chamado ciclo da herança. Que a série não é um esplendor da escrita, a gente já sabe bem, mas foram 12 aos lendo os livros conforme eles foram saindo e, devo confessar, me diverti bastante. Gosto dos personagens e das longas linhas de história que cada um deles tem. Acho ainda melhores os personagens secundários, com menos tempo em cena, mas com personalidades bem definidas e ótimas narrativas paralelas.

Acabar como acabou foi bastante interessante, pois deu um final agridoce, ao mesmo tempo que deixou  duvidas suficientes no ar para, quem sabe, ele venha a continuar a história algum outro dia. É legal ver um moleque que publicou o primeiro livro da série quando tinha 17 anos ter tido a vontade e a capacidade de encerrar a história melhor do que quando começou, 12 anos depois. Pode não ser um marco da literatura, mas ele completou a história que se propôs a contar. E, como em qualquer final, foi triste dar adeus a todos os personagens e fechar o livro.


A segunda despedida, e esta sim muito mais melancólica, foi com Fringe. Uma das séries que mais me deu prazer em acompanhar nos últimos anos e que eu me senti mais envolvido em sua briga continua para não ser cancelada sem ter um final à sua altura.

A série vem na esteira de Lost, na época que já se sabia que Lost seria encerrada em mais 3 temporadas e todos os canais procuravam a próxima serie a arrebanhar fãs. Neste mesma esteira, tiveram séries como The Event e Flash Forward, nenhuma com sucesso. Acabou sobrando para o próprio criador de Lost, J. J. Abrams criar um show que pegasse os fãs de Lost pelas orelhas e fizessem acompanhar uma nova série. Diferentemente de todas as outras, Fringe criou uma vida própria, se apoiando sem sua própria mitologia e seu jeito exclusivo de fazer as coisas. O que era uma série "Monster of the Week" passou por uma gigantesca transformação no final da primeira temporada, quando se entendeu que havia mais por trás do que estávamos vendo. Um véu que sempre cobria a tudo e fazia com que nos perguntássemos e duvidássemos de tudo. O tônica continuou a mesma, mas a série ganhou em profundidade e deu a oportunidade para quase todos do elenco interpretarem mais do que um personagem.

A partir da terceira temporada, pudemos notar que os criadores e roteiristas passaram a ter grandes dificuldades, pois a baixa audiência os fazia temer serem cancelados sem fechar a série bem. Desta maneira, cada temporada parecia sempre estar perto de fechar a história para, caso fossem cancelados, as coisas já estarem encaminhadas. Mesmo assim fomos presenteados com episódios e narrativas incríveis em todos os anos.

Os dois últimos episódios foram ótimos e fecharam com o cuidado e o carinho pela série e seus personagens que se sentiu em todas as temporadas, em cada episódio. Novamente aqui temos o fenômeno de Lost, era uma série sobre seus personagens e não sobre seus mistérios. O que ficou em aberto, ficou. Mas os personagens completaram seus arcos. E isto é uma constante em Fringe, cada arco de personagem era tocado com esmero, não apressando nenhuma transformação e fazendo que as durezas e mazelas fossem sentidas episódios a fio. Fringe se encerrou bem e profundamente emocionante.


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