sábado, 15 de abril de 2017

Meet me in Montauk




Desceu do trem sem olhar para trás. Pés caminhando seguros, indo um a frente do outro, em uma marcha de quem sabe onde se vai, mesmo nunca tendo estado ali. Ali era apenas mais um lugar, como seria o proximo e o proximo e assim por diante. Ela sabia um local que nunca se esteve em breve poderá ser a sua nova casa, para depois ser apenas uma memoria.

Ele não desceu. Ele não se mexeu. Ele continuou a olhar os passos dela enquanto ela caminhava para o desconhecido. O trem em que estava só andava para trás e a cada nova estação, um novo lugar antigo, uma nova memória desenterrada. Ele já conhecia tudo, ele só não queria esquecer.

Ela vivia o novo, andava para frente,  sabendo que o passado e as memorias sempre estariam la para serem visitadas. Ele vivia o passado, vivia de memórias, olhando para trás, sabendo que o novo sempre estará ali esperando para ser vivido.

Indo um para frente e outro para trás, se encontraram na metade do relógio e viveram um segundo como se fosse o infinito. Mas eles sabem, o relógio tem duas metades.


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